Por Jonas Ayres

No lugar do estudo do mês de abril tomei a liberdade de postar este texto que, no meu
ponto de vista, coopera para o bem e edificação espiritual daqueles que amam a Palavra de Deus. Veja abaixo:
Por durante quarenta dias, Jesus se absteve de comida material
para que pudesse desfrutar ainda mais do banquete espiritual do Pai Celeste.
Então, quando já estava pleno de recursos espirituais, e fortalecido, Deus Pai
permite que o Maligno venha até ele com três grandes tentações – tentações
estas que Jesus certamente já havia enfrentado mais de uma vez e que iria ter
que enfrentar novamente ao longo de seu ministério terrestre. Entretanto, estas
não foram somente tentações a nível individual; eram tentações que dariam a
Jesus acesso às três instituições poderosas de seus dias – a econômica, a
religiosa e a política.
A primeira tentação e a Tentação Econômica que
consistia em fazer com que Jesus transformasse pedras em pães (Mt 4:1-4). O
objetivo ia além de saciar sua fome; a tentação era fazer com que Jesus se
tornasse uma espécie de padeiro milagroso que proveria “pão” para as massas
sempre que esta a desejasse no futuro próximo. Mas Jesus sabiamente rejeitou a
ideia de viver somente de pão. “Não só de pão viverá o homem, mas de toda
palavra que vem da boca de Deus” (Mt. 4:4). Jesus reitera isso também no
Evangelho de João, onde deixa claro que devemos trabalhar por outro tipo de
alimento (Jo 6:26-27).
A segunda tentação e a Tentação Religiosa que
consistia em fazer com que Jesus pulasse do pináculo do templo e, ao ser
carregado por anjos em queda livre até o solo, tomasse posse da liderança
religiosa de sua época, um verdadeiro espetáculo tipo “Cirque du Soleil”.
Recebendo assim, uma espécie de aprovação divina publica dentro dos limites
sagrados do templo que certamente lhe garantiriam o apoio unanime da hierarquia
sacerdotal. Mas Jesus discerniu a tentação e confrontou a corrupção de forma
direta a religião institucionalizada – não somente no deserto como ao longo de
seu ministério, não que fosse contra a instituição, nem ao templo, pois foi o
próprio SENHOR que os institui, mas sempre que ela se tornou idólatra ou
oprimia a seus seguidores com doutrinas e fardos de homens Ele denunciava.
Jesus estava consciente de todos os erros religiosos de seu tempo e os
confrontou, assim também devemos fazê-lo (Mateus 23:13-36).
A terceira e última tentação foi a Tentação Política,
era a promessa de obter “todos os reinos do mundo e sua gloria e fama” em troca
da alma de Jesus (Mat. 4:8-10). Esta tentação representava a possibilidade de
um poder político a nível global – não apenas por meio da força de exercito de
sua época, mas também por meio da fama e prestígio de se sentar no trono mais
alto em influência e status do mundo. Ser um “George Busch” em sua época.
Esta tentação viria ao encontro das perspectivas messiânicas
daqueles dias, por um Salvador que derrubaria a opressão política dos romanos
com seus altíssimos tributos. Mas Jesus sabia que subjugar e oprimir não são a
maneira de Deus no Novo Testamento. Ele rejeitou as três Tentações porque
planejava demonstrar um novo tipo de poder, uma nova maneira de liderar.
Servir, sofrer, morrer – estas eram as formas messiânicas de poder que Jesus se
utilizava.
Jesus Cristo rechaçou a esperança popular judaica por um Messias
que se dedicaria a alimentar os pobres, que usaria seus milagres para ganhar
aceitação e que destronaria regimes opressores. Ele rejeitou as essas Três
Tentações: a exploração econômica, a manipulação religiosa e a opressão
política.
É curioso observar como, ao longo da história, a Igreja sempre
sucumbe a pelo menos uma destas Três Tentações de tempos em tempos.
A Tentação Econômica faz com que a Igreja viva
unicamente em função de atender as necessidades dos homens e o Evangelho a “La
Carte”. Seu evangelho é antropocêntrico e minimalista, voltado unicamente para
o bem estar do ser humano, o chamo de Hedo-evangelho (evangelho hedonista).
Este evangelho se manifesta ora por meio da Teologia da Prosperidade ora pelo
chamado “evangelho social”, com a diferença de que a primeira vertente
transforma a Igreja em um Show Business e a segunda em uma militância social
meramente humanista. Arrependimento, conversão, novo nascimento, viver em
santidade e a realidade do inferno são temas raramente falados.
A Tentação Religiosa é o espírito da política
eclesiástica. Líderes influenciados por este espírito deixam de lavar os pés
dos santos para lamber botas de seus membros mais abastados, em busca de aceitação,
prestígio e reconhecimento. Pastores que se desviam de seu chamado inicial de
servir os pequeninos e se tornaram “empreendedores do reino”, não sabemos qual
reino. Tornaram-se narcisistas eclesiásticos e amantes da fama. Diferentes da
outra ora princesa Diana, morreriam por não serem fotografados pelos paparazzis
da fé.
A Tentação Política faz com que a Igreja troque o
pano de saco pelo colarinho branco, se envolvendo com os poderes deste mundo em
troca de favores. Ao invés de influenciar a sociedade de baixo para cima com
demonstrações simples de amor, serviço e santidade, a Igreja se vende a um
partido ou ideologia política na tentativa de influenciar a sociedade de cima
para baixo, por meio de poder e influência política. A história esta ai para
provar que agir assim não traz resultados, o “sal não salga mais” e a sociedade
esta cada vez mais paga. Para mim a igreja não pode ser apolítica, mas para se
manter pura deve ser apartidária. Objetivo e a implantação do Reino, novos céus
e nova terra onde se habitarão a retidão e justiça para sempre!
Que Deus nos ajude e nos livre destas Três Tentações é minha
humilde oração!
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